14 de nov. de 2013

No mesmo lugar de sempre



Faz tempo que precisava te escrever, mas toda a tarde, esta brisa de primavera, me deixa inerte  em meus pensamentos, perdida entre sonhos, mundos fora da realidade.
Também, parar  apenas para escrever aquilo que claramente é obvio. Tenho certeza, que mesmo estando distante, sabe o quanto sinto sua falta.
Não sei se um dia senti seu cheiro, ou se vi de fato seus olhos, mas lembro deles de algum jeito. E no momento que paro e penso em nossas conversas, tudo parece tão próximo, tão concreto. Fugir é totalmente desnecessário. Chegou o tempo do coração quase falar.
Algumas lágrimas que escorrem, levam uns grãos de areia consigo. Estes grãos ficam guardados no peito, e juntando-se a outros milhares, formam algo chamado sentimento. Não que elas – as lágrimas – sejam mar, ou rio, tampouco podem lavar como a chuva. Elas simplesmente brotam. Representam prazer em muitos momentos. Em outros raiva ou alegria, e nos menos frequentes, a tristeza.
Estranhamente, nem sempre são feitas de agua, sal e açúcar. Quando a respiração fica controlada  em pequenos suspiros, as lágrimas correm em sentido inverso, apenas dentro do peito, e ficam assim a noite inteira.
Nesta hora, é que elas levam os grãos que deveriam ficar .
O amor também é feito de pedaços minúsculos que só agregados, tornam-se grandes. Ele é feito de cada olhar, de cada palavra dita pelos lábios ou pelos olhos. Dos dia de chuva que divide-se o abrigo ou as gotas da tempestade. É feito de cada raio de sol, de cada pedra , de cada calor que a pele sente. Ele é feito, acima de tudo, de tantas detalhes que não são palpáveis, não há como explicar nestas palavras, apenas, quando estiver ao meu lado. É do amor que são os grãos de areia que deveriam ficar.
Seria inútil escrever uma poesia, quando há não muito o que dizer. Por isto a ausência de versos, bilhetes, poemas inteiros ou cortados. Parei. O tempo da eloquência verbal passou. E creio que não foi da melhor forma. Quem sabe você me entenda. Quem sabe venha ao meu encontro e possa ficar mesmo que seja em silêncio. Quem sabe eu ainda o ouça cantar até que eu possa adormecer.
A Lua cheia está chegando. O céu já está azul. Não sou mais tão jovem . Já perdi as certezas, e aceito suas mãos para encontrarem qualquer que seja a verdade. Porém, também não sou tão velha . Alimento muitos sonhos aqui dentro, portanto, não demore.

Estarei, aqui, no mesmo lugar de sempre. Com os olhos serenos, o corpo suave, a mente inquieta, a te esperar .

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